sábado, 20 de novembro de 2010

Vila do Juncal - 1560-2010

Descobrir o Juncal

História

Crê-se que terá sido a falta de água a motivar a deslocação das populações para esta localidade, pois aqui, entre juncos, abundavam nascentes. Daí, também, a denominação de Juncal e de uma das mais importantes actividades artesanais que caracterizou a freguesia, o fabrico de cestas de junco e teares manuais bastante simples.
Em 1560 é fundada a freguesia do Juncal, tendo-se separado da Colegiada de S. Pedro e Santa Maria de Porto de Mós. Em 1758 já tinha 485 moradores e a sua principal actividade económica era a agricultura, nomeadamente o cultivo da oliveira, do trigo e da vinha existindo, assim, vários lagares e moinhos de azeite.
Situando-se o Juncal numa região de bons solos de barro, foi escolhido, em 1770, por José Rodrigues da Silva e Sousa para aqui fundar uma cerâmica que viria a ser conhecida como Fábrica do Juncal. Ao longo das últimas décadas do século XVIII, a actividade cerâmica ganhou importância económica, ao lado dos curtumes e da agricultura, que continuava a ocupar grande parte da mão-de-obra.
No século XIX, na primeira a Invasão Francesa, a freguesia perdia 664 dos seus 1576 moradores e a Fábrica de José Rodrigues da Silva sofreu grande destruição, tendo reiniciado a sua actividade em 1811. A actividade agrícola continuava a ocupar grande parte da população, mas no que respeita ao trabalho do barro, o Juncal possuía 3 das 7 olarias do concelho. Após o encerramento da Fábrica, em 1876, fornos de telha e olarias foram surgindo. Em 1927 foi fundada a cerâmica de construção civil de J. Coelho da Silva e em 1947 a Olajul, de cerâmica utilitária e decorativa. Neste ramo, muitas outras empresas têm surgido, no fabrico de faiança utilitária e decorativa: a decoração de azulejo, a produção de louça de mesa….
Coelho da Silva e em 1947 a Olajul, de cerâmica utilitária e decorativa. Neste ramo, muitas outras empresas têm surgido, no fabrico de faiança utilitária e decorativa: a decoração de azulejo, a produção de louça de mesa….
1.  Moradia do século XX
 
Construída no início de 1932 e concluída em 1940. Possuí uma capela recheada de arte sacra e de pinturas de grande valor artístico e religioso. 







    2.    Junta de freguesia   

    3. Estátua do Comendador João Coelho da Silva







 5. Igreja Paroquial de S. Miguel

          Datada de 1780, de estilo rococó, que pode observar-se logo na fachada, onde o portal encaixa num frontão "rocaille" encimado por um grande nicho com a escultura de S. Miguel e por dois janelões laterais. O Corpo da Igreja é de uma nave com tecto estucado e policromo com medalhões tendo, no centro, um que representa S. Miguel. As paredes apresentam painéis de azulejo com cenas do Evangelho, da autoria de José Rodrigues da Silva e Sousa, fundador da fábrica do Juncal do século XVIII.

      

6. Salão Paroquial

Inaugurado em 1935 pelo senhor Bispo D. José Alves Correia da Silva.









 9. Casa da Família Calado (actualmente propriedade da Câmara Municipal de Porto de Mós)

 
Rafael da Fonseca Barreiros Calado nasceu a 27 de Dezembro de 1888. Herdou dos seus pais um vasto número de propriedades agrícolas, tendo-se dedicado à produção do vinho e azeite. Construiu o primeiro lagar de azeite de prensa hidráulica no Juncal. No entanto destacou-se pelas suas qualidades de poeta, investigador, publicista e coleccionador.










 

10. Painel de azulejo que representa Nª. Sra das Dores. Original da Real Fábrica do Juncal.

Conta-se que o executor desta obra era casado com uma parteira. Quando a sua mulher era chamada para assistir a algum parto acendia uma lamparina a Nª Srª das Dores.



 11. capela de S. Miguel do Peral












 
O brasão da freguesia é composto por um escudo verde, duas bilhas douradas, umas “asas” prateadas e quarto hastes de junco dourado a “abraçar” este conjunto. Por cima, há uma coroa mural como 4 torres prateadas e em baixo uma faixa branca com a legenda «JUNCAL—PORTO DE MÓS». Deste modo, estão representadas a loiça do juncal, o junco que deu o nome à freguesia, e as asas de S. Miguel, o padroeiro da freguesia




Trabalho realizado no ano lectivo 2009/2010, pelos alunos do 9º ano inscritos no Clube do Património Local, no âmbito das Comemorações dos 450 anos de elevação da vila do Juncal a freguesia.

2 comentários:

  1. Depois de pesquisa recente, concluímos que Rafael Barreiros Calado nasceu em 29 de Dezembro de 1887 e não na data que se julgava. Já agora, informo-vos que este juncalense morreu a 1 de Abril de 1941. Bom trabalho
    Filomena Silva Martins

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  2. Alguém tem notícias do casal; Sr. Manoel de C Moura e Sra Francisca V de Souza, Eram proprietários de uma quinta de vinhos com um lagar, viveram nesta freguesia no fim do século XVIII tiveram filhas; Aurélia Noronha de Souza Moura, em 1898 e Clotilde Noronha de Souza Moura, talvez mais uma outra, porém, não tenho certeza..
    Gostaria de saber notícias desses bisavós e dessa quinta, meu pai dizia, que alguns se referiam, as meninas do Juncal...
    Se tiverem notícias, referências, ficarei agradecido...
    Meu e-mail: jonymanero.10@gmail.com

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