quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Visita de Estudo ao Museu Escolar dos Marrazes

 


 

A Escola do Estado Novo

         No dia 9 de Novembro fomos visitar o Museu Escolar dos Marrazes com a nossa professora de História e Directora de Turma,  Adozinda Carvalho. Este museu foi inaugurado em 16 de Maio de 1997 e funciona numa parte do edifício social, disponibilizado pela Junta de Freguesia. 
         O Museu está distribuído por oito salas:  Geologia; Artesanato e Carpinta; Sala de Aula; Mocidade Portuguesa; Brinquedo Tradicional; Livros anteriores a Castilho; A instrução politicamente dirigida; Final da Monarquia; 1.ª República e Ditadura e um  Espaço destinado a Exposições Temporárias.


Ficámos a conhecer como funcionava a sala de aula no  Estado Novo.
A primeira coisa que os alunos  faziam quando entravam na sala de aula era cantar o Hino Nacional. Todas as salas tinham obrigatoriamente na parede três símbolos alinhados: uma fotografia de Salazar, outra do Presidente Carmona e um crucifixo. Os alunos tinham que usar uma bata branca com um número  de identificação.



A lousa ainda era utilizada. O acesso ao livro e ao caderno era difícil nas aldeias. As mães compravam na mercearia folhas de 35 linhas, que cortavam ao meio e cosiam no centro da dobra, formando cadernos, ou então dobravam uma folha em quatro e as crianças escreviam para cima ou para baixo, conforme a folha se apresentava. Já existiam umas canetas muito finas que se molhavam nuns tinteiros que estavam nas carteiras. Estas eram muito diferentes das actuais.


Também tivemos  oportunidade de  observar uma antiga máquina de escrever, utilizada para os cursos de dactilografia. Pois, nessa altura, não existiam computadores.

 Rapazes e  raparigas frequentavam escolas diferentes (ou divididas por muros). Os professores utilizavam com muita frequência castigos corporais severos. Um dos objectos que vimos foi a palmatória ou "menina de cinco olhos", assim chamada porque a tábua, que servia de régua, tinha cinco buraquinhos.  O professor pegava na mão  da criança e batia-lhe com a palmatória e aqueles buraquinhos produziam uma dor terrível. Um outro castigo eram as orelhas de burro. Este castigo não causava dor física, mas moral. Quando os alunos erravam as lições eram  aplicadas, pelos professores, as orelhas de burro, que, geralmente, era um jornal velho do qual se fazia um barrete, com duas saídas, que os alunos eram obrigados a colocar na cabeça e a permanecerem ou, no fim da sala,  voltados para a parede, ou junto à janela onde ficavam,  durante horas, para que as pessoas os pudessem ver. Era humilhante.





O Estado Novo adoptou o livro único. Os livros eram iguais em todo o país.



Na sala dos brinquedos, vimos brinquedos elaborados pelos rapazes e raparigas que aproveitavam materiais existentes na região para construírem os seus próprios divertimentos.


Por fim visitamos a exposição temporária sobre o "Centenário da República"


Esta visita foi muito interessante, porque  mostrou-nos como era muito dura a vida das crianças naquela época e  fez-nos valorizar a nossa escola actual.
Ficamos à espera da próxima visita de estudo.
Os alunos do 6º B participantes no Clube Amigos do Património Local.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. somos nós ali na foto não outros que hoje por aí andam , Portugal a preto e branco tinha mais encanto

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